QUEM ME DERA...
(Um mero desabafo)
Quem me dera...
eu abro a janela imersa em quimera.
Quem dera, em lugar desta friagem polar
eu desse, no norte, com as maravilhas do mar?...
Quem me dera...
como se arrancando do muro esta hera,
sem mais sobressalto no meu Rio amado,
sentisse a calma do lago, em Gramado...
Quem me dera...
sem ser desertora desta minha terra,
ao invés de projéteis nas noites do monte,
me ver nas paisagens de Belo Horizonte?...
Quem me dera...
não mais um devaneio de quem só pondera:
viver, viver mais, sem o receio infernal;
imersa em silêncio, no belo Pantanal!
Quem me dera...
Olhando da mansa varanda
tão branda,
como quem espera,
e como quem anda...
nem tanto em busca de outra paisagem...
mas de recobrar e tomar a coragem.
Eu abro a janela, imersa em quimera
como quem espera...
o olhar perdido como o da criança:
por onde tu andas, minha doce esperança?...
Com amor,
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