RESSACA

Que coisa danada

É a tal da ressaca

Que quando ataca

Assaca a tua moral

E baixa logo o astral

A boca fica então seca

Até parece que engoliu...

O cabo do guarda chuva

Tudo gira e até você pira

O único antídoto transpira

Ou uma brisa que você aspira

No balançar dos coqueirais

Ouça as ondas do mar no cais

No suave sussurrar dos seus ais

Com suas belas espumas brancas

Tão pertinho que dá até pra tocar

Como são lindas as águas do mar

Que à noite com o brilho do luar

Tornam àquela estrada prateada

Por onde vejo a sensual amada

A desfilar e rebolar as suas ancas

Seus seios, pernas, braços e coxas

E logo me assanho e me encanto

Trazendo-a aqui pro meu canto

Com sua musical viola e sacola

A mandar às favas o meu pranto

Dissipar a tristeza e o espanto

Com sua alegria gostosa e saltitante

Coberta pelo manto da folia radiante

A inspirar dias e os versos da poesia.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 04/12/2009
Código do texto: T1960448