Coisas da vida

Tenho medo
De abdicar de ter medo
Porque enquanto o medo me açoita
Eu sei que minha alma se levanta
 e resiste contra o medo
tenho medo sim
de me  olhar e não gostar de mim
revoltar-me contra a imagem que me pertence
que se vai gastando, abatida sofrida
que meu ser me vai devolvendo
enquanto as forças se vão arruinando
e o fervor abrandando
 É o tributo dos anos que fascinei os outros, sim,
 mas mais a mim,
porque me envaideci esqueci que a vida colhe
na mesma medida que vai repondo com ternura, se não me perder
em escusadas fugas de amor felicidade alegria
se por amor se morre e vive todos os dias
então  na fantasia vou aprimorando
sonhando idealizo construo 
paisagens que me  transmitem o sabor da mensagem que aspiro
para harmonia dos extravios
que já se não renovam com a primavera
nem com a aragem nem com a chuva miudinha
nem vêem com a maré cheia
as perdas e os ganhos vão e vêem todos os dias nas disposições divinas
é preciso crer nessa perenidade
que vai para além da morte
para elevar a minha serenidade e não me perder de mim
confortar-me na simplicidade da paz interior.
E deixar de ter medo.
De tta
2~12~09

Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 02/12/2009
Código do texto: T1956806
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.