Submersa numa aura heliocometa,
Em crepúsculo com ténue claridade,
Soergue-se, majestosa, a silhueta
Do monumento imenso, de cor jade.
 
Quis fortuna que crime vil cometa
Ao espreguiçar com lânguida vontade:
Esparramou contra a córnea naveta
O Cupido frecheiro e o carcás clade.
 
Aprumam-se os dois fustes de alabastro.
Equino capitel, peludo ouriço jónico
Sob o umbigo grácil aurigastro.
 
Dum varonil e lúbrico pitónico
Pronto a lança Longinus fica mastro
A relumbrar faíscas, o maçónico!


ANTONIO JORGE
Enviado por ANTONIO JORGE em 21/11/2009
Reeditado em 21/11/2009
Código do texto: T1936248
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