Sobras
Tu estavas parindo para mim uma nova vida.
Sentida.
De cores só vistas em neves de vulcão adormecido.
Entumescido.
Tu eras a mãe de cujo ventre fluía outro mundo.
Fundo.
Em cujos abismos mergulhei para não mais voltar.
Afundar.
Mas passei a viver das sobras de tuas lembranças,
Danças
nas eternas salas ao fundo de grande lago.
Verão de 2005