V E L E I D A D E S

Toco de leve teu rosto

num ato impulsivo da paixão

que nos faz viajar por mundos alucinógenos,

meus dedos acariciam tua pele aveludada

com a suavidade de uma canção romântica.

Sinto um estremecer leve

como um pinheiro que oscila

em contato com a brisa suave da manhã.

Percebo os lábios vermelhos sangue

entreabrindo-se num gesto autômato, convidativo.

As portas do inferno se abrem

nos fazendo queimar desesperadamente nas chamas do querer.

O tempo gira loucas voltas

em volta dos nossos corpos suados,

embriagados no elixir dos desejos.

“Meus poros transpiram gotas salgadas num cálice de veneno.”

De onde vem este mistério que arrasta consigo as estrelas

que clareiam a noite deixando-me ver as silhuetas

dos corpos libertos no calor dos lençóis?

De onde vêem esses sussurros abafados, por meus beijos sufocados,

que completam o vazio da existência como melodias suaves de amor?

marcos villa verde
Enviado por marcos villa verde em 17/11/2009
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