V E L E I D A D E S
Toco de leve teu rosto
num ato impulsivo da paixão
que nos faz viajar por mundos alucinógenos,
meus dedos acariciam tua pele aveludada
com a suavidade de uma canção romântica.
Sinto um estremecer leve
como um pinheiro que oscila
em contato com a brisa suave da manhã.
Percebo os lábios vermelhos sangue
entreabrindo-se num gesto autômato, convidativo.
As portas do inferno se abrem
nos fazendo queimar desesperadamente nas chamas do querer.
O tempo gira loucas voltas
em volta dos nossos corpos suados,
embriagados no elixir dos desejos.
“Meus poros transpiram gotas salgadas num cálice de veneno.”
De onde vem este mistério que arrasta consigo as estrelas
que clareiam a noite deixando-me ver as silhuetas
dos corpos libertos no calor dos lençóis?
De onde vêem esses sussurros abafados, por meus beijos sufocados,
que completam o vazio da existência como melodias suaves de amor?