Vida Desvendada.

Vida desvendada.

Exercita um corpo que reluta à argila.
E vestida de alma nua, procura,
roça limites da pele em avessos
com as pontas dos dedos,
em carne e osso, sangue, apelos,
sensível desdobrar de braços, pernas.
Um peito que se distende em hastes,
busca horizontes, toda e qualquer fonte
em novas possibilidades.
Não mais linearidade.
Todo e qualquer movimento
que abranja, desvende
o ser impaciente, que aguente
o irascível doente,
ultrapasse a dor
de toda articulação ausente.
E se dobre, se contorça
em salgueiros de pranto derramado,
em alma nua e solidária,
compaixão tanta desdobrada.
Vergue a haste, inspire fundo um mundo,
vida em promessa que um dia,
quiçá...desvendada...

Gaiô.