Contradição...


Eu, certeza? Quanta pobreza!
Não tenho mais medo de me contradizer.
Nelas, nas contradições,
me espelho em nova lógica de amar melhor.
Intrínsicos cotidianos, às vezes insanos,
fartos de ser, na certeza de não mais ser.
Sou o que sou, no que não sou.
Se contradigo aceito
formas de amar desfeitas,
toda forma de defeito
que conclama um coração, compaixão.
Todo amor que fere exclui
modelos de imperfeição,
de rótulos, falsos invólucros reduzem ao pior de mim.
No reverso se projeta, ultrapassa o linear,
abraça tudo o que castra, em versos
intuidos na dança da aceitação...
Sem medo da alquimia
faz do amor poesia
em antítese e magia.
Cresce a alma em melodia, assovia.
Nova brisa em inteireza contradiz,
permeia o não linear...
que sempre se quis
em novo jeito de amar...

Gaiô.