Em meus devaneios noturnos
Nestes primeiros onze minutos do dia onze de novembro do ano de 2009 me permito sair de mim por alguns instantes...
Abro a janela e permito que o fresco, quase frio, ar da noite invada o quarto e remexa nos papéis já tão remexidos...
Sim me permito sair pela janela...
Sorrateira como o gato da vizinha que pula os telhados e desliza pelos muros....
Permito-me passar pelo portão sem nem mesmo precisar girar a chave...
Passo por becos e bares...
Ruas e todos os lugares...
Visito parques...
Entro em casas...
Viajo sem ser vista ou notada...
Apenas me permito sair por ai a vagar...
Lágrimas são choradas nos mais diversos cantos...
Vozes entoam canções tristes...
O medo é o companheiro de muitos...
Pra outros apenas uma garrafa, um copo e muitas lágrimas....
Para alguns a noite é de despedida...
Para outros de chegada...
De boas vindas....
De retorno...
Uns fogem...
Outros reencontram....
Uns escapam....
Outros se deixam prender...
Muitos amam...
Outros tantos matam...
Inúmeros plantam....
Infinitos arrancam....
Uns se deitam....
Outros se levantam...
Troca-se turnos....
Renovam-se plantões....
Despacha-se....Recebe-se...
Fecha-se....Abre-se....
Em meu passeio noturno vago por tantos lugares e por lugares nenhum...
Em meus devaneios noturnos encontro tantos e não encontro ninguém....
Apenas sigo em devaneios que me levam pra longe e me trazem de volta...
Novamente em meu quarto...
Novamente o gato no telhado...
Novamente o vento na janela....
Novamente em mim....
Em meus devaneios noturnos...Novamente em mim...