Os meus aviõezinhos de papel
 
Quisera meu desejo comprazer
Rasgar as páginas das passadas feridas
Fazendo delas aviões de papel
Deitá-las ao vento e insuflar nelas
Para que não perdessem o rumo
E a meus pés caíssem desfeitas
Como se a vida não fosse deles
E eu fizesse aviõezinhos
Que a outros pertenciam seus lamentos
Nessa ânsia de ultrapassar meus suplícios
Que me vedam sonhos que ainda acalento
Faço magia com o passado
Com esses limites que me opuseram
E me cortaram a seara das minhas farturas
E não me deixaram passar além do horizonte
Daquele que eu sonhava atravessar
Demarcados foram meus passos
Meus anseios meus loucos sonhos
Quiseram aprisionar-me como louca
Apenas porque de era me transformava
Para escalar os muros da liberdade
Mas decepavam o tronco que me sustentava
E a seiva se esgotava
e o cume das minhas aspirações
pináculo vertiginoso tornava-se ilusório
no desassossego de conceber outro porvir
limitaram meus passos mas não as minhas concepções
e então em poeta louco me converti
não para dar prazer aos outros, carrascos de ilusões
mas para resistir, meus poemas de canticos de liberdade
eram as asas da minha libertação e eram só para mim

 De tta 10~11~09.
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 10/11/2009
Código do texto: T1915161
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