PONTO DE MUTAÇÃO: INTERSEÇÃO
É difícil explicar
Os versos vêm para ficar
Simplesmente chegam a flutuar
Seja no barulho do dia
Ou no silêncio escuro da noite vadia
E somos compelidos pelo que se irradia
A interseção é a descoberta
Ponto de mutação que desperta
Os opostos que se intercalam
Andam juntos e também bailam
Forte relação: Ator e palco
Cenário e enredo
Letra e música
Há conexão... Escuro. Claro.
Às vezes nenhuma penumbra e só.
Encontro e desencontro.
Análise e síntese.
Tese e antítese
Buscam o âmago dos opostos
Universo de múltiplas dualidades
Hiato no meio amplia a dificuldade
Entre as bordas e o núcleo
O centro clama e chama pela ação
Da união côncava e convexa
Até quando não haverá interseção?
Se dela que nasce a imaginação
Um elemento e meio.
Já é o plural que avança
Coloque-o na balança
É algo a mais... Na dança
Coisa qualquer... Propensa
O fato desata na causa do ato
Relação, a sombra do outro.
Gestação descoberta do avesso
O verso que faço...
Mensura o próximo passo
Reflexo à refração
De uma implosão
O submerso, o válido.
Lá do porão do mundo
O acomodado incômodo.
Palco para o intenso interior
No enredo transformador
Num espetáculo da busca
Bela e Transcendente,
Cosmológica e comovente
Metafísica e abrangente
Ocidente e oriente
Sábio e demente
O que importa...
É que a gente sente!
Dueto: Eliane Fernandes e Hildebrando Menezes