ÁS PORTAS DA PSICODELIA POÉTICA

Ando comendo água pela vastidão dos bares da mente.

Ando zarpando pelo Atlântico da memória náufraga, dolente e incontinenti!

Ando constantemente prenhe de paisagens

Pululantes e sôfregas por gente.

Ah,

Como eu queria

Que soubéssemos

Ser o errático bólide do córrego infrene:

Conhecendo o sentido de se estar

Com a planta dos pés na terra;

Levados pelo remanso

De se estar plenamente

Ao sabor do ar livre;

Dispostos a polenizar a matéria

Do desconhecido que

--- á nossa frente ---

Placidamente fica á espera.

Ando sob o efeito

Da alterosa poeira,

Deixada pela energia cinética das ideias

Quais rebentam dos pensamentos quânticos:

Olhar além da gravidade,

Cujo códice de leis nos circunscreve e rege;

Mergulhar no infinito oceano

De mundos paralelos,

Fervilhando nos átomos

Da nossa pele e osso;

Flutuar sobre a onipresente

Neblina da estupradora Tirania,

Juntando-me ás Estrelas

Que formem a Luz da Chama Coletiva

Para derrotarmos a pérfida Realeza da Hipocrisia

E parirmos --- finalmente ---

O Reino da Pax-Poesia.

Ah, que temeridade que digo:

A bem da verdade,

Estou comendo água demais por dias a fio!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 05/11/2009
Reeditado em 02/06/2010
Código do texto: T1906289
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