Zeitgeist

O meu destino sempre foi ser relutante às ordens sociais e religiosas,

Eu descobri que tinha que lapidar minha própria sabedoria

entre as armadilhas tenebrosas deste mundo.

Percebo que todos tentam disfarçar seus cansaços da Vida

Antes mesmo de entrarem em seus labirintos,

Antes mesmo de procurarem compreendê-la.

Os grandes artistas forjam novos símbolos em seus casulos introspectivos,

Utilizando a matéria disforme deste mundo,

Parindo de suas almas confusas

novos seres alados,

Novas divindades e crenças,

Novos horizontes impalpáveis e imperecíveis com suas linguagens visionárias.

Mentiras e crimes são cometidos pela ânsia ao poder hegemônico sobre tudo e todos,

Transformaram o que deveras sagrado numa arte maligna pelo controle do Poder.

Eu sinto os dedos do infinito afagarem a epiderme do mar do Desconhecido,

E tantos mistérios de milênios atrás ainda se ocultam debaixo do manto da Noite,

A cortina cinzenta de uma nova manhã com sua caixa de Pandora,

E meu espírito invade todos os lares para deslumbrar,

por trás das janelas da alma humana,

Tantas estradas turvas da especulação e do mistério das coisas,

E a alma sente os golpes do Tempo ceifando

as células, a respiração e as forças de si mesma.

Acordar para a consciência de si própria nas trevas do caos mascarado por crenças,

Ideologias e convicções escravizando milhões de mentes dúbias com suas almas vazias;

Sozinho no barco da solidão,

navegando a esmo pelo rio anavalhado do Conhecimento...

O sexo se exala dos galhos das árvores e das pedras ancestrais

Que escondem tantos segredos sobre a Vida e a sua transmutativa origem!

O coração humano é um cálice heterogênico de dualismos,

Do céu transbordam e gotejam revérberos filosóficos que confrangem a mente,

Cada ser busca um bálsamo para se refugiar,

O vento sussurra tantos mistérios, despercebidos sobre a existência,

Para a alma humana misticamente marmorizada pelas trivialidades cotidianas.

Meus erros e limitações me estimulam a evoluir cada vez mais,

Expandindo as raízes de meus pensamentos para além do inimaginável,

Se acasalando com palavras e novas frases que talvez nunca consigam decifrar

E ultrapassar a beleza insondável das coisas, da Vida, do Universo

E de cada um de nós...

Gilliard Alves

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 04/11/2009
Código do texto: T1903780
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