ALMA VICIADA
A minha alma canta
Por vezes até encanta
O que lá do fundo decanta
Para meu total espanto
Fica só e nua em seu lamento
Chora suas lágrimas de sofrimento
E dança as de alegria a cada momento
Minha alma é assim... Santa e profana
Meio sábia e meio insana
Mas é pura e não é sacana
Porque a toda hora ama e inflama
Seja em sonhos deitada na cama
Ou no ato do amor que proclama
Ela é plena e incendeia labaredas
Viaja pelos céus, mares e estradas
Adora passear de mãos dadas
Possui outras almas conectadas
Virgens, prostitutas... Todas amadas!
Mas é por uma só bem enamorada...
A que a entende e é sua namorada
Todo dia serve mil carícias
Reparte com ela as suas delícias
Como é feita de loucuras e doçuras
Espera ansiosa a chegada da ternura
Fez e faz de amar o seu maior ofício
Para saciar o seu incontrolável vício
Compondo em dueto os seus versos
E voar e amar, amar e voar... Pelo universo!
Hildebrando Menezes