SOBRE PÉROLAS E OSTRAS
Aqui no recôndito do meu canto
Escutei os teus soluços e o teu pranto
E venho para lhe dizer sem medo meu encanto
Que para tudo é dado o seu momento
Repensar os seus instantes
É saber pra onde ir e enxergar adiante
E como é vibrante e comovente
Descrever o que se sente
E me perdoe à cruel sinceridade
Mas não vejo aí nem adversidade
Quando se ama assim de verdade
Ostra e pérola é uma só concretude
Da união dos diversos fragmentos
Com suas características e simplicidades
Para ser assim tão bela... A pérola...
Precisou da ostra arranhada
Da mesma forma que a semente
Precisa morrer para a planta nascer
A ostra precisa sangrar para a pérola viver
Um há sempre que ceder para o amor crescer
Como a poesia precisa do poeta
Com seus rabiscos e suas teses
Sonhe que é de fato a síntese
Da junção dialógica de uma prece
A tese com a antítese
É apenas uma breve elucubração
Porque o que há na sua emoção
É a delicadeza refinada da reflexão
Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado no poema original “COMO OSTRAS E PÉROLAS”
De Malu Monte publicada no Mural dos Escritores