Humano, demasiado humano...
Quando falo,
no calvário do ser humano.
Quando grito,
no agito do coração humano.
Quando calo,
diante do abalo humano.
Quando fito,
no olhar perdido humano.
Se ouvires,
o lamento humano,
Se consolares,
a dor do humano,
Se perceberes,
o tormento humano,
Se sentires,
o calor humano...
Talvez ecoe uma voz
no profundo deserto humano,
Talvez brote uma foz
no oásis de esperança humano,
Talvez germine uma semente
no fecundo solo humano,
Talvez cultive uma vertente
no espírito de bem-aventurança humano...
AjAraújo, inspirado no livro homônimo de Nietzsche, Inverno de 2005.