VERSOS NADA MUTILADOS
Advindas lá no subsolo do mundo
Onde adormecem belas turmalinas
Que na busca do garimpo profundo
Irão flamejar no fundo da emoção
Através do veio que leva ao coração
Por onde a seiva alimenta a vida
Adentrando lentamente a princípio
E despontando através dos bosques
Atravessando vales e precipícios
Rumo ao porto remoto e conhecido
Sem temer o fruto do calor e da labuta
A dor inimaginável da tristeza e solidão
Para soltar o seu brado incendiando a luta
Corajosa e valente da intrépida emoção...
No perfilar vestido proclama palavras
Buriladas pelo sopro dos primeiros ais
É a parábola infinita que desperta a arte
Mágica e poética na rebeldia dos umbrais
Nessa volúpia infla o peito e voa às alturas
Alcançando o infinito das galáxias distantes
Que se sobressaem nas disputas e combates
Dos poetas como simples mortais viventes
Em uma sinfonia harmônica e aleatória
Tão melodiosa que vai fomentar o ardor
Seu compromisso são princípios benditos
Da serenata suave e encantatória do amor
Cônscios do poder desta escrita vívida
Com a intensidade que move aprendizes
Colorindo a tela e emoldurando os versos
De onde os painéis e quadros, são raízes
Como profetas e videntes premonitórios
De momentos emotivos, alegres e felizes
Vivendo plenamente todos os sentimentos
E assim navegamos nossos mares transitórios
Dueto: Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos