Entortando paredes

“Aprendi a ser estranho... Assim não fico triste de ser feio...”

Voei pelo meu espaço esmagador e sombrio

Aquele meu canto por onde vago na escuridão

Umedeci-me no lodo das minhas paredes tortas

Agarrei-me as verdejantes estacas do meu teto abismal

Cravei meus dentes na jugular do meu eu animal ferido

Entoei meu canto assustando os ventos gélidos

Do meu porão subi ao sótão da minha imagem pálida

Subtraí uma felicidade da lua manchada de solares vultos

Nos vitrais quebrados descolori meus cacos desgarrados

Cansado adormeci nas asas do tempo da inutilidade