Cinzas do meu Vulcão

O meu velho e pacato vulcão,

O qual de há muito julgava extinto, sem fogo,

Ameaça do fundo de suas entranhas, em vagas sucessivas, estranhas,

Uma poderosa erupção.

Se a calma em que dormia, nos braços de uma aparente idiotia

Parecendo não fazer parte do jogo

Refestelado nas arquibancadas do teatro da apatia,

Este meu velho e pacato vulcão,

For de repente sacudido por uma noção angustiante de vida sem sentido – vazia,

Partir-se- á em pedaços, aos quais não se farão muitas loas.

Nem mesmo eu as farei... sentir-me-ei-me partido, ferido como a ilha de Krakatoa.

Farei um último e desesperado pedido a quem meus restos dessa erupção juntar:

Mantenha-os unidos, pois destes restos, uma nova ilha, como Fênix rediviva, renascerá.

Enquanto houver cinzas guardadas, ainda quentes, em um coração, mesmo prenhe de angústias, jamais aí, nesse coração, poderá ser considerado extinto o seu precioso vulcão.

Vale do Paraíba, noite do primeiro domingo de Março de 2009

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 16/10/2009
Reeditado em 31/10/2009
Código do texto: T1869330
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