CANÇÃO PLENA DA FORMOSURA

Vinho de sol ideal canta e cintila

Pela língua garganta adentro rola

Nos teus olhos, cintila e aos lábios desce,

Numa suave maciês que enternece

Desce a boca cheirosa e a empurpurece,

Como meiga e deliciosa carícia que nasce

Cintila e canta após dentre a pupila.

Passeando pela íris no cristalino cintila

Sobe, cantando, a limpidez tranqüila

Numa paz que revigora e enaltece

Da tu'alma estrelada e resplandece,

Das dores e males que não padece

Canta de novo e na doirada messe

Nos cânticos ao Deus em prece

Do teu amor, se perpetua e trila...

Pelos sinais da virgem santa desfila

Canta e te alaga e se derrama e alaga...

No vai e vem da poesia que me enxágua

Num rio de ouro, iriante, se propaga

Curando as feridas e todas as chagas

Na tua carne alabastrina e pura.

Melodiosa dança ensaia toda nua

Cintila e canta na canção das cores,

Saudando o amor coberta de flores

Na harmonia dos astros sonhadores,

Atravessa as madrugadas e esplendores

Assim perpetua séculos pelas alturas

A Canção imortal da Formosura!

Dueto: João da Cruz e Sousa, Poesia Completa & Hildebrando Menezes

Adaptado do poema original ‘CANÇÃO DA FORMOSURA’ de Cruz e Sousa com os versos de Cruz e Sousa em aspas.

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 13/10/2009
Código do texto: T1864537