Ser poeta é ser assim, inquieta pra se ser...
 
 
Uma vontade muito forte
E compulsiva de escrever
Não paro mais de sentir
Seja manhã, tarde ou noite
Esse desejo me atormenta
Com versos que me perseguem
E não importa onde esteja
Tudo me motiva a versejar
E não é pra me mostrar 
Que eu escrevo noite e dia
 
Os textos em mim vêm surgindo
Parecendo que escritos já estavam
Em arquivos do meu cérebro
E estivessem adormecidos
Por um tempo esquecidos
Despertados de repente
Na essência de  minha alma
Como a flor que desabrocha
Quando a luz do sol lhe toca
E ao mundo quer mostrar-se
Pra morrer no fim do dia
 
Inquieta fico sempre
Quando as letras se remexem
A quererem se juntar
Pra em texto transformar-se
Seu chamado é uma ordem
Se não vou fico infeliz...
E se vou sinto prazer
Quando o texto vai surgindo
Parecendo que meu ser
Da prisão foi libertado
E agora sente o sol
No horizonte a lhe chamar
E lá se vou encontrá-lo
 
Quando o texto é concluído
Muito leve eu me sinto
Atendi o seu chamado
Mas é só por pouco tempo
Que sacio a minha mente
Vem de novo inspiração
No que vejo, sinto e penso
E assim, nunca termina
Meu desejo de escrever
Que me deixa ser senhora
Mas da escrita  escrava
Compromisso que hei de ter
Enquanto na terra eu viver...
Ser poeta é ser assim
Inquieta pra se ser...
 ***
Maria de Fátima Alves de Carvalho - Poetisa da Caatinga
Natal,11.10.09 
 
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 11/10/2009
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T1860829
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