PARNASIANO

Parnasiano, como foi BILAC.

Eu, aos meus versos hei de dar destaques,

À rara lira das preciosas rimas!

Tangendo as cordas do meu idioma,

Com maestria enquanto o verso assoma,

Na eterna busca de áureas Obras Primas,

Sem me importar com o clamor moderno,

Eu trago as lavas do vulcão interno,

Dos Livros clássicos que tenho lido,

E aqui registro todo meu libelo:

Não abdico do lirismo belo....

Eu hei de ser o que eu tenho sido!

Quebrar a métrica por vicio fixo.

matar a rima para ser prolixo,

Modernizar para ficar na moda?

Ficar na praia tendo o mar contudo?

Pra que discurso sem um conteudo?

É o mesmo que reinventar a roda!

A poesia é a mãe suprema,

Dos sonhadores, que esculpem temas,

Com o carinho de modernos Fídias!

Para manter a vastidão da lingua,

Que atualmente está morrendo à mingua,

Desaprendida pela grande mídia!

Eu gritarei do alto do Olimpo,

Num claro dia, imcomparável, limpo,

Sob os olhares de um clã divino:

"O puro mel, não pode ser mudado,

O ar não pode ser adulterado,

O que Deus fez, tem que ser genuíno!"

A musa surge, tua que a amas, mire-a,

Não a agridas com a mão da gírea,

Que infelizmente hoje rouba a cena!

Vamos sauda-la! Eis a Realeza,

Nossa Rainha! A Lingua Portuguesa!

Vamos honra-la! Porque vale a pena!

Edison Palmer
Enviado por Edison Palmer em 06/10/2009
Reeditado em 06/10/2009
Código do texto: T1850788
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