Deitado em um colchão que que já não existe

Olhando meu reflexo na agua que ainda não exite

Me pergunto se existo

Ou se sou só um nó de tempo fora do tempo

Já não sou a chapéuzinho

E nem sou velado

Mas estou tão dissolvido na paisagem da janela

Minhas datas são tão incertas quanto o meu existir

Com aquela capa vermelha

Ou com o terno duro

Eu ponho laços no nó

Dizendo palavras de ode a insanidade

Talvez as únicas coisas paupáveis

Sejam apenas imagéticas

Não existindo no tempo

E o espelho d'água

É toda a sinceridade que precisava

Para os laços da pequena menina