O CÉPTICO

Embalado por palavras sinuosas;

Tudo que ouço me soa revelado;

Todos os olhares, desconfiados;

De homens com suas idéias glamurosas.

A meu ver, só gigantes atavios.

Pálidos – duma gente acreditada;

Por isso, jogar-se-iam ao precipício;

Até que lhes provassem o contrário.

O céptico é feliz, é desregrado;

Não é uma condição, é natureza.

Aí é que se encontra a beleza;

É, pois, o que faz sermos elevados.

Aos grandes patamares do exotismo

Diante do mundo – reverenciados –;

Quando todos já o têm por perdido;

O cético mantém-se resignado.

Pois, ele é do divino, o preterido;

Do céu, ele é o canto bafejado;

Dos dias, ele é a nota d’alegria;

Dos homens... - ele os faz contrariados –.

O céptico é, pois, das horas venturança;

Quem faz os dias curtos, horas breves;

Quem faz em mitos, lendas, as mudanças.

Quem joga o sal da ira em toda a crença.

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Irinaldo de Araújo
Enviado por Irinaldo de Araújo em 01/10/2009
Código do texto: T1842596
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