O CÉPTICO
Embalado por palavras sinuosas;
Tudo que ouço me soa revelado;
Todos os olhares, desconfiados;
De homens com suas idéias glamurosas.
A meu ver, só gigantes atavios.
Pálidos – duma gente acreditada;
Por isso, jogar-se-iam ao precipício;
Até que lhes provassem o contrário.
O céptico é feliz, é desregrado;
Não é uma condição, é natureza.
Aí é que se encontra a beleza;
É, pois, o que faz sermos elevados.
Aos grandes patamares do exotismo
Diante do mundo – reverenciados –;
Quando todos já o têm por perdido;
O cético mantém-se resignado.
Pois, ele é do divino, o preterido;
Do céu, ele é o canto bafejado;
Dos dias, ele é a nota d’alegria;
Dos homens... - ele os faz contrariados –.
O céptico é, pois, das horas venturança;
Quem faz os dias curtos, horas breves;
Quem faz em mitos, lendas, as mudanças.
Quem joga o sal da ira em toda a crença.
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