Os Limites da Resignação
 
Nas limitações impostas
pelo dia-a-dia, 
toda uma silenciosa
e tensa rebelião da alma,
fazendo-o sentir
que estar vivo parece-lhe
ser o pior dos castigos.
De modo a tornar-se vítima
de um processo
de tortura insuportável.
Tenta encontrar forças
para resignar-se.
Não sabe como resistir
e permanece vivo
por gritar-lhe o dever,
por prender-se à obrigação.
Ama a Lei Divina,
mas cada vez mais
quer descobrir o afeto Paterno.
Começa a entender
que a lei sem amor
pode ser bela, porém árida.
Mas reconhece que o amor
só pode desenvolver-se pela Lei.
Vê justiça e amor como interativos.
Já acusa-os pela razão,
mas falta ainda, de fato, 
sentir estas verdades no coração.
Os espinhos da jornada terrena
já muito feriram,
a dor domina-lhe.
O lado humano do ser
não tem a mesma paciência do espírito.
Existe uma espécie de trauma
que ressurge a assombrar as emoções.
É essencial, para sobreviver, 
equilibrar o mundo profano com o divino.
Os ensinamentos da alma
não podem, no momento, 
destruir o corpo.
A sensação é que atingiu-se
o limite extremo,
prestes a sucumbir.
Uma situação muito difícil,
acostumado a decidir por seu caminho,
vê-se obrigado,
mesmo que desconfiado, 
a colocar-se nas mãos de Deus.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 29/09/2009
Código do texto: T1838607
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