Pisando fundo...
Bem no início
De um vício ou precipício
Do teu mundo escondido
Oriundo lá bem do fundo
Em dó ou ré sustenido
A procura do segredo
Com esmero e zelo
Na busca sem medo
Ou até segura arremedo
Sabe que é só o amor
Que muda o enredo
Por ele e nele se rompe
A mais dolorida dor
Aposta nas penas
De que vai valer
Vencer a rotina
Que só desatina
Hipocrisia que descortina
Do viver da mesmice
Sofrer na opção da tolice
A chegar a conclusão
Que quem manda é o coração
Aproveita e se dê o perdão
Quando se ama... AMA!
Não reclama.
Ninguém pode...
Só se sacode
Implode e explode
Sempre a reboque
Do toque...
No suave arrepio
Do amável e escandaloso frenético cio
No casamento químico da pele
Que forma as espécies
Por ela e nelas se esfria e aquece
Aparece... Desaparece
E eis que surge leve... Lá do fundo...
Frágil e exultante, elegante, exuberante
A doçura delicada da vida no mundo.
Hildebrando Menezes