Enquanto...
Enquanto o dia me vem
Fica no meu peito
A saudade que não vale um vintém
Para aqueles de mente fugidia...
Saudades da noute
Onde a lua reluzia
E no meu prato lia-se
Na última fatia
"Aqui jaz, aqui jaz..."
Não quero lembrar
Daquela lembrança
Mais vetusta dos meus tempos
De recalcada criança
Onde a quimera era minha guarida...
Não me apatece recordar dos louros e agouros
Que me fizeram ser quem sou...
Mas mesmo assim, enquanto o dia teima em vim
A saudade douda como nome "nanquim"
Sempre de mim vai lembrar
Como famigerado maltrapilho a engalfinhar
A última lata em conserva
Daquela promoção saturnina!
E nesta evocação de minha alma
Preparo meu banho, para desfalecer em minha cama.