A Liberdade da Alma
 
Se toda minha mais lúcida loucura
penetrasse pela epiderme, 
mergulhando em meu sangue,
talvez rompesse
os meus vasos sanguíneos
com meu ego mais profundo, 
ganhando liberdade.
Tomaria a forma de espírito,
abandonaria o corpo
e vagaria por aí,
longe das limitações da matéria.
Desta forma o sonho
de ser livre iria se realizar,
mesmo que apenas
momentaneamente.
Quem sabe assim
não viveria
a perder-me nas
minhas profundas divagações
ao olhar o horizonte.
Quem sabe, então, 
deixaria de abrigar
o oculto lamento
pela distância
que me separa 
de estrela distante.
Quem sabe ao nutrir-me
do que parecia impossível,
deixaria de sentir-me
como que cativo
de um mundo estranho.
Desta forma talvez assumisse
a fantasia de viver o destino
de alma cigana e errante.
Um viajante planetário,
uma espécie de aventureiro
que já viveu em muitas dimensões.
Talvez fosse isto um meio de fuga,
uma tangente para escapar
da primitiva e vulgar história humana.
Saberia que pensar
assim poderia parecer arrogância,
porém antes de tudo
estaria sendo honestamente verdadeiro
com as minhas próprias ilusões
.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 12/09/2009
Código do texto: T1806473
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