Um olhar me observa
Um olhar me observa
Quantos questionamentos?!!!
Perco-me e encontro-me nos versos
Que versejam sem tradução...
Sem defesas, sem argumentos...
Amo o olhar que atravessa as nuvens
Brotando do meu outro lugar
Eu me reencontro na poesia
Que por toda hora me convida
A rimar a vida, a me perder em teus dias...
Devolvo o sorriso à face
E em muitos instantes te vejo
Senhor dos meus arpejos, que percebo e sossego...
Entre tantas perguntas em todos os tempos remotos
Fui, sou prostituta, assassino, cometi incesto...
Com todas perguntas eu me deparo e atesto
Não encontro respostas e sou guia
Dos Eus que trago em mim
Das histórias diversas, dispersas, queimando na fogueira
E no céu um olhar me observa! Do meu macho? Da minha fêmea?
Aqui a vida se encerra...
Lá inicia a labuta... e eu? Tenho saudades do que sou...
Guerreira, escrava, sem medo...
Senhora, menina, segredo...
Palhaço, mágico, lampejo...
Sou tudo que o Eu me destina
Sou uma pretensa heroína
Nesta vida de desterro...
E agora? Os olhares me observam!
Continuem... Eu estou viva e o que mais importa?
Sem saída, tão perto da porta!
Júlia Rocha
08/9/2009