A ti reservado
Se quando em vida atrevida
Fostes sendo a bela que és
Tramitava no teu ser a beleza suprimida
Com gosto de orvalho a massagear teus pés
Levo comigo tua saudade pretérita
Tens lume não te queixes
Ao longo desta estrada
O corpo que te anda
Anda por onde o tudo
A ti presenteou o nada
Agora que falamos na mudez da compreensão
Tuas mãos em sigilo me entendem descansadas
Ante o que a ti foi dito
Entre o sim, o porém e o não
Logo é tão tarde que me assombro por saber
Que o dia que amanhece muito antes do tão cedo
Tem o brilho do sol quase — regozija — fizestes por merecer