Paz e Guerra de Cada Um
 
Tendo em si a humildade de um cordeiro
a embater-se com a ferocidade de um leão.
Tendo a ira violenta de um grande urso,
e a suavidade sem compromisso da andorinha.
E assim, reconhecendo o poder da força
em meio à fraqueza
criada por suas vulnerabilidades.
Um ser, um todo
onde encontram-se as frias brisas cerebrais
com as vulcânicos monções cardíacas.
E nesse acasalar de opostos,
uma terrível tempestade,
um momento de caos e intempéries.
A impulsividade apaixonada
debatendo-se com a sensatez autocontrolada.
Rebeldia e resignação,
coragem e covardia,
até onde tais denominações são verdadeiras?
Até onde apenas adjetivos vazios?
O grito furioso, o campo de batalha,
o suor raivoso, e depois as dolorosas
lágrimas de compaixão.
O adversário a ser abatido
com toda frieza e perícia
será também o fraco caído
a provocar tristeza com seu sofrimento.
E no confronto, a fúria indomável. 
E na vontade de socorrer,
a docilidade e a abnegação.
E só deseja a  paz
quem foi forjado na guerra.
E o amor surgirá
como milagre de luz
que brota das trevas do ódio.
E assim, dia haverá
em que a paz
derrotará a guerra.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 30/08/2009
Reeditado em 30/08/2009
Código do texto: T1783158
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