LETRAS MORTAS

Para onde vou neste momento vazio?

Em que direção volto os meus olhos?

As incertezas que vêm de mim mesmo,

Surgem das sombras do tempo. Sorrateiras.

Tento mascará-las. Escondê-las

Sob o pano insofismável da verdade.

Mas aí, caem-me as cortinas da vida

Fecha-se o livro de minha história

Caio do casulo da memória

Sob o vazio do esquecimento

Lá, onde estão escondidos

Os meus idos, que impiedosos, desditos

Ceifaram de mim o meu vulto.

Daniel Amaral

25/04/2009