METAMORFOSES...
A vida gira e palpita
Pira e transpira sua sina
Rica, remediada ou maltrapilha
Crente, atéia ou no Evangelho
Ela nos ensina alhos e bugalhos
Encanta, honra e dá orgulho
E de repente solta a franga
Pelas ruas, avenidas e esquinas
Na infeliz solidão ou na multidão
Na reflexão solene do silêncio
Ou no ventre com o rebento
Nas portas e janelas dos labirintos
Pelos complexos místicos mistérios
Por onde se dão as transformações
No ciclo eterno das estações
Ocorrem às tais mutações
Só os casulos testemunham
O nascer das belas borboletas
Pelas metamorfoses lentas
Pelo estampido sonolento
Que é o grito bendito e bonito
Na arte da criação artística
Do amor que aflora ali fora
No cultivo sofrido da terra
Revolução de dentro que implora
Pelas mudanças da pele e da flora
A semente que germina e fascina
O sol que aquece e a tudo ilumina
Pela água solene que cai da chuva
E escorre pelos vales aos riachos
Na carícia da brisa que afaga e beija
Pelas espumas das ondas que enseja
Canções pela voz suave do mar
No uivado do bailado do vento
Em todos delicados momentos
Da lua e suas múltiplas fases
Que implode e explode uma nova era
Talvez mais plena,viril e sincera
Que desponta e logo aponta
Nos versos melódicos do poeta
Hildebrando Menezes