(Contradição - Pedro Melo)
Essa contradição de vida
Oportuna e tão nociva
Alimentando-se de mim
Digerindo tudo que não sou
Em abrigos escancarados
Doando-se em inconstância
De tão amarga sutileza
Rompendo os laços do querer
Suprimindo essência dos passos
Nasce de impulsivo fundamento
De confusões anunciadas
Sendo o xadrez de sentimentos
Nos caminhos de liberdade parada
Sobrevindo de selvagem confusão
Nas diversas faces do desejo
Dominante e tão banal
Em blindados olhares do que não vejo
Transitando nas ocas entranhas
Da realidade mal motivada
Nos sentidos viciosos
Da perfeição que não me foi dada.