BATRÁQUIOS E EFLUENTES

Todas as pétalas das rosas na nevasca

Todas as pessoas amando, Roma oriental

Todas as crises, rio e a sua água

Todas as vozes, milho na panela cinza

Todas as lutas claras, verdadeiro arquipélago

Todas as criaturas, uma velocidade tonta ao meio

Todas as manias, em um saco cheio de extrume

Todas as paranóias, certo que são todas

Todas as horas, uma deita por cima da outra

Todas as enfermidades avisam ao coração

Todas as maledicências, um grito mudo

Todas as conversas, um abismo convexo

Todas as minhas cabeças, e as que esqueço de contar

Todos os objetos espalhados, na minha casa ventania

Todas as casas aqui em todas as casas que não temos

Todas as lamas, vestígio em seu calcanhar cego

Todas as mães, com a sua mãe...

Todas as esquinas, todo mundo lá fora eu e você lá!

Todas as manhãs encobrem o rosto sem lenço apenas vergonha

Todas as guerras vieram de qual lugar se estamos no mesmo mundo

ou a esmo por tudo que não sabemos?

Todas as arvores unidas: cada qual oxigênio e pulmão de borboleta?

Todas as manias, sela de jegue manso que desce o rio negro

Todas as pessoas, vidro de azeitona pelo mesmo espelho que viste o sol.

Toda a cifra empurra a lei para gaveta e traz o errado para dentro do meu eu que só sabe entender o que é! Nada mais.

As questões lastram de passado recente que salta aos olhos do cego

Todas entrem todas as tonalidades cores que faltam no meu arco-íris, talvez possa que feda menos, eu nariz e a próxima fornada, algum dia perto de uma usina nuclear numa explosão de sentimentos que não se finda, embora nasçam sempre pessoas que partilham eu levo a minha voz, eu cidadão enquanto duram meus dias sérios abro a boca doando a palavra para ti, para você, para você ai, venham estamos tontos e ávidos, de uma justiça sem força, estamos a cada dia aqui e sempre aqui, você ai tanto voa como vomita, tanto lembra quanto não faz, tanto chora como rir.

No espelho, tanto sonha um sonho só, tanto sonha e apodrece no quintal do seu prédio que não têm quintal, tanto e tanto que saí de carro pela segunda fila avião particular, seus aparatos sem ser bélicos por não ter forma apagam meu eu devagarzinho, quero mais você lá, quero vê você participar é as palavras foice do céu, enxada do nosso bem, aqui eu em duas manhãs fiz tudo certo apenas em duas cadê a sua vez cadê sua promessa de um povo calado que está em casa para vê quem pode fazer, mas se não fizermos, ficaremos, sempre assim, quem nasceu de pai rico bem, e quem não teve esta chance Brasil escola pública a saída à solução.

Moisés Cklein
Enviado por Moisés Cklein em 16/07/2009
Código do texto: T1703058
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