A IGNOTA EQUAÇÃO HERMÉTICA DE UMA MATÉRIA

Ela não emite e nem absorve o galopar pujante e pungente

Da luz, da energia.

Ela vaga intangível pelo espaço:

Á revelia dos tradicionais dogmas

Da Gravidade, da Astro-Física.

Ela faz da incapacidade

De comprovar a sua existência

O seu éden abscondido:

O poder da altiva acuidade,

O poder da mais onipotente fortaleza,

O poder da mais sábia aquarela da insurgência,

A fluência da mais dinâmica cachoeira da móbil clareza,

A sageza daquela que é a mais inalcansavel cordilheira da transparência!

Ela aglomera estrelas:

Torna o lúgubre universo

Em cinéticos pontos de luminescência.

Ela, afinal, me espanta:

Trajada com a indumentária do anonimato,

Se comuta numa das forças

Que timoneram o sideral vácuo.

Ah, como quero fitá-la,

Degustá-la opticamente

E tangê-la no afagar da demora:

Abraçá-la, amá-la, sorvê-la,

Adquirir-lhe a virtude do contínuo vôo

E segui-la esconsamente

Pela vastidão das galáxias,

Que, a granel,

Nascendo, medrando, morrendo,

Caminhando para o reino da unificação se vão.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA