alegorias
imagens maravilhosas que eu pudesse sentir
desejos incontestáveis que eu não pudesse manter
apelos imponderáveis que eu quisesse admitir
soluços que me dissessem o que eu devesse escolher
palavras que tortuosas me conseguissem inibir
conselhos impregnados de afirmações de poder
verdades intoleráveis que me fizessem mentir
ouvidos dissociados do que eu pudesse dizer
fantasmas que se assustassem com o meu medo de rir
poetas que não tivessem mais sobre o que discorrer
estradas que se embrenhassem por não ter aonde ir
calçadas de fantasias que os pés não podem correr
são tantas alegorias que nem sei como medir
aquilo que há na vida capaz de me convencer
Maricá, 04/07/2009