Na Imensidão do Universo 
 
Voa, grande ave,
voa, corpo alado,
voa à grande distância,
sem identificar se é força de uma águia,
ou se é beleza pacífica de uma pomba.
Bata muito forte as suas asas,
até abandonar o planeta.
Movimenta tuas vigorosas asas.
Traça teu voo pelas secretas
linhas da promessa de eterna liberdade.
Vaga pelo espaço sideral, brincando
em meio ao brilho das estrelas.
Mergulha naquilo que é todo infinito,
deixando a personalidade, mas existindo.
E que esse existir seja suave constatação,
visão para os outros, mas invisível para si.
Abandonando a escravidão das glórias efêmeras,
fazendo-se filha da eternidade,
num voo de intensa velocidade,
conseguindo livrar-se de todos os limites.
Sendo, então, mais um ponto de luz
a brilhar entre o oceano de tantas outras luzes.
Distanciando-se da matéria,
vertendo-se em energia,
voltando para a origem.
O ninho seguro do único Criador,
a grande luz, pai e mãe das centelhas divinas.
E os frios pensamentos
hão de ser aquecidos
pela afetividade dos sentimentos.
E a razão terá a força de uma grande águia
e a emoção terá a suavidade de delicada pomba.
E neste encontro a força existirá,
mas será pacífica,
e ser manso não será ser vulnerável.
E então o êxtase, o momento sublime,
para depois retornar ao planeta,
trazendo sementes em forma de bênçãos,
frutos de sua colheita nos jardins da criação.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 24/06/2009
Reeditado em 24/06/2009
Código do texto: T1665139
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