Os Limites da Vida Humana 

 
Percebendo-se vulnerável,
mas desejando não desistir da luta.
tentando criar alguma utilidade bendita
a batalha, que pressente inútil.
Magoado com o Criador,
por pensar tê-lo abandonado aos ímpios.
para logo depois envergonhar-se,
por tamanha blasfêmia,
mas nela sentir haver verdade,
para o menino que crê no bem
e ainda se mostra vivo dentro de si.
Querendo convencer-se
que adotou o caminho correto.
Tendo como armas a sua busca
pela verdade e a retidão.
Querendo encontrar armas no bem
que consigam enfrentar o mal.
Seria um escravo do maniqueísmo?
Seria o bem apenas espiritual?
Seria o mal o rei do mundo material?
Não conforma-se, fica indignado,
renuncia a estupidez, mas não a luta.
Nos porões do subconsciente
a obstinação por lutar pela vitória
ainda não morreu.
Mas teme o combate,
pois sente que pode ser derrotado,
são muitas, as adversidades.
Sente a presença
de algo oculto a perturbar-lhe,
nada podendo fazer,
se sente refém de sua intuição,
que não sabe se maldita ou bendita.
Acuado, está farto de viver o cotidiano,
mas sente-se obrigado a fazê-lo,
e por vezes arrogante,
acho tudo isto,
profundamente infantil.
Uma opção seria a fuga
pelo vôo do espírito,
mas o dever, seja o conhecido,
seja o incógnito,  o aprisiona.
Tenta encontrar o Deus Pai Amoroso,
mas só encontra
o seu Deus Guerreiro e Justiceiro.
Desanimado pede perdão,
dizendo não ser revolta,
mas pura exaustão,
Desencantado pede desculpas,
não quer desistir,
mas está descrente,
sente falta da fé.
Vê enfraquecida a vontade
que fazia-o remover
as pedras do caminho.
De tanto ser obrigado
a conviver com limitações,
acabou por entender
as próprias limitações.
 
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 23/06/2009
Reeditado em 07/03/2020
Código do texto: T1662935
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