démasquée
Sonhei que estava vivo
E tudo tão real
Necessidade de acordar não havia
Despertar é abraçar o pesadelo
Como se fora travesseiro
De não sonhar a lívida realidade
Não sonho o que quero
Um rosto de Homero
Um Fausto diferente
A dissolver coágulos d´alma
Sonho que sou luva
Ao encontro dos dedos
Crocitando duros segredos
Tramados por um enredo
Põe-me a sonhar
Ando nos meus movimentos
Converso com pessoas
Como se comigo conversasse
Trabalho meu sacrifício
Chamam a isso de ofício
E o sonho talvez não seja nada mais
Do que intento a ermo e só
Enterraram meu pó
Meus orfãos sonhos agarraram-se à brisa leve
Vivo agora
sei consciência não fui
Confidência foi
Viva como um aborto
De nascer morto como algo que flui