démasquée

Sonhei que estava vivo

E tudo tão real

Necessidade de acordar não havia

Despertar é abraçar o pesadelo

Como se fora travesseiro

De não sonhar a lívida realidade

Não sonho o que quero

Um rosto de Homero

Um Fausto diferente

A dissolver coágulos d´alma

Sonho que sou luva

Ao encontro dos dedos

Crocitando duros segredos

Tramados por um enredo

Põe-me a sonhar

Ando nos meus movimentos

Converso com pessoas

Como se comigo conversasse

Trabalho meu sacrifício

Chamam a isso de ofício

E o sonho talvez não seja nada mais

Do que intento a ermo e só

Enterraram meu pó

Meus orfãos sonhos agarraram-se à brisa leve

Vivo agora

sei consciência não fui

Confidência foi

Viva como um aborto

De nascer morto como algo que flui

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 30/05/2006
Reeditado em 30/09/2007
Código do texto: T165910