A FLOR DA CARNE

A Carne ferida pela luz fria do cristal

Vaporiza no apetite do prazer juvenil

O tronco arqueia no gozo da penetração vertical

O colo exibe a rigidez plástica do seio febril.

É fêmea indomável;

Quando cavalgas em teu galopar zodiacal.

É insaciável;

Quando devoras a lança com despojo animal.

A taça transborda na química do balanço de rede

Boca na boca, língua na língua, desejo no desejo

A tempestade não é capaz de aplacar a sede.

Quando o dia adormece em crepúsculo sem fim,

Mãos bailarinas tricotam o novelo desnudo:

(Tecem retalhos de mim).

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 12/05/2005
Reeditado em 17/07/2006
Código do texto: T16575