VOCAÇÃO DE ARTISTA

Há uma dose de subjetividade

Objeto poético da criatividade

Em tudo que escrevo e medito

Eu me entrego às possibilidades

Porque meus versos eu não meço

Sou o anverso do avesso e confesso

Refletem os meus ativos vários eus

Atores de um palco em ensaio e festa

Que compõem e se manifestam

Minha inconstante personalidade

Fruto da completa transparência

De minha lucidez intransigente

Às vezes sou mulher bela e sedutora

Noutras um homem conquistador

Em todas essas multiplicidades

Estou inteiro na minha verdade

De sentimentos... Intensos e presentes

A me chamar aos encantamentos

Às vezes dor e medo são arremedos

Que me invadem plenos de segredos

Do que já fui noutros cenários

Dos papéis que exerci aqui e ali

E do que está por vir...

Quase sempre fico por um triz

Solidão e desespero de aprendiz

Alegrias e tristezas como atriz

E um desejo que sempre antevejo

De grudar lábios em mil beijos

Ardentes e plenos de amor

Só eu e você sem sentir dor

Por isso não sou objetiva

Levo essa vida de artista

Por isso não sou egoísta

E não desejo ser realista

O que eu quero é ser amada

Para isso topo toda parada

Para o mundo estou preparada

Ao saber de tantas dificuldades

Por ser suficientemente cruel

Eu sonho e desenho com pincel

Na moldura de um quadro modelo

Para que eu... Enfrente o pesadelo

Para que eu... Desate os nós do novelo

Traga a escuridão para o palco

Em mim e no que escrevo

Eu me revelo e incendeio

Procuro ser um ponto de luz

Sendo apenas... Artista

Nesse palco de tanta ilusão.

Dueto: Roberta Teperino e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/06/2009
Reeditado em 14/06/2009
Código do texto: T1649197