CREPÚSCULO

No crepúsculo de uma existência

Cheguei sem ter as respostas procuradas

Da vida vivida em constantes conflitos

Não houve nada mais aterrorizante

Que o medo do desconhecido.

Se existi sem o que me coube

Como parte da humanidade

Confesso que tentei.

Na pequenez da ignorância que reconheço só minha

Negligenciei aos temas superiores; não os suportei

Se no que pensava ser minha razão absoluta

Se fui enganado pelos dogmas cristãos que o paraíso existe,

Que Deus o todo poderoso a tudo perdoa

Digo ter sido por ingenuidade.

Sinto-me qual louco que descobre sua razão

E sem ter o que dela fazer, corre sem destino

E cai num abismo e de encontro a ele, o mergulho na escuridão.

Da vida vivida ao lado dos amigos,

Dei risadas escancaradas das respostas

Dadas erradas sem ter ouvido as questões

O que sou?

No crepúsculo dessa existência efêmera

Qual vapor d’água,

Escuto o silêncio

E dele recolho o que posso recolher:

Lágrimas silenciosas

De uma existência que passou

E ficou qual carimbo na seção burocrática da vida,

Nada de sublime ou grandioso deixou,

A não ser e somente uma existência que tentou

Nesse curto especo de tempo

Apreender e aprender tudo o que fora possível

Mas o tempo passou

E o silêncio inevitável se fez presente

E com ele deixou apenas lembranças

Do que pode ser uma vida.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 14/06/2009
Reeditado em 15/06/2009
Código do texto: T1647902
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