CREPÚSCULO
No crepúsculo de uma existência
Cheguei sem ter as respostas procuradas
Da vida vivida em constantes conflitos
Não houve nada mais aterrorizante
Que o medo do desconhecido.
Se existi sem o que me coube
Como parte da humanidade
Confesso que tentei.
Na pequenez da ignorância que reconheço só minha
Negligenciei aos temas superiores; não os suportei
Se no que pensava ser minha razão absoluta
Se fui enganado pelos dogmas cristãos que o paraíso existe,
Que Deus o todo poderoso a tudo perdoa
Digo ter sido por ingenuidade.
Sinto-me qual louco que descobre sua razão
E sem ter o que dela fazer, corre sem destino
E cai num abismo e de encontro a ele, o mergulho na escuridão.
Da vida vivida ao lado dos amigos,
Dei risadas escancaradas das respostas
Dadas erradas sem ter ouvido as questões
O que sou?
No crepúsculo dessa existência efêmera
Qual vapor d’água,
Escuto o silêncio
E dele recolho o que posso recolher:
Lágrimas silenciosas
De uma existência que passou
E ficou qual carimbo na seção burocrática da vida,
Nada de sublime ou grandioso deixou,
A não ser e somente uma existência que tentou
Nesse curto especo de tempo
Apreender e aprender tudo o que fora possível
Mas o tempo passou
E o silêncio inevitável se fez presente
E com ele deixou apenas lembranças
Do que pode ser uma vida.