Coisas da Alma.

Coisas da Alma.

A alma serena e fugidia,

deixou sua casa

habitada de névoa sutil,

iluminada,

como a tarde ao crepúsculo,

por anoitecer.

Vestiu-se dourada,

nada adequada à alma vizinha,

só ela, sozinha,

em ser diferente,

nao pode emprestar

sua veste a ninguém.

Velada em véu transparente,

paciente, se aninha tão bela

em divina aparência.

Não adianta insistir.

Acesso direto a ela não há.

Conforme o destino,

leve ou intenso,

se abre à sombra,

à luz de velas na noite,

velada de estrelas.

E especta.

Abre cavernas

na escuridão,

incita a mente e o coração.

Imaginação em segredos,

guarda na chama que pisca,

percebe sutil reverência,

relance de brilhos que criam

a autonomia da alma em ser.

Ela, linda, vestida em dourado,

sutil iluminada, caminha sozinha,

entoando o hino divino.

E a abertura do veu da alma alada,

velada de novo se fecha,

re- vela...

Gaiô.