CABEÇA DENTRO DA CABEÇA. É O BIOMA
Cabeça dentro da cabeça. É bioma
Em cada cidadão verde,
têm uma cidade azul, têm uma rua perdida que não vou,
têm a verdade as avessas, têm uma criança com chupeta na boca pintada com a arte indígena.
Cabeça para dentro da cabeça, o quê é isto que acabo,
e não termino, é o bioma de cimento, na triste história do tempo,
uns apenas estão soltos, e os que estão soltos são apenas mais um.
Cabeça para dentro da cabeça, na sombra, na onda sem sombra do rio, no pouso vespertino da garça.
Faça a sua parte, que a arte não se cansa,
deixe sua impressão pelo digital dos seus dedos,
se seu medo segue seguindo, cabeça para dentro da cabeça. É o bioma...,
daquela mulher falastrona, da erva tropical, da comida de água e sal,
da fome que está presente, dos dentes dos que não tem dentes, dos que têm dentes,
do que precisamos, do desvencilhamento, do seu argumento, de que o povo precisa.
Então, em carne, líquido, coração e luz,
nada de mais nada, preciso de pouco, que serve para você,
faço doação e ainda sobra muito, as traças, as traças, as traças,
compro naftalina para conservar, gasto mais com naftalina, do que a simples humildade de doar,
que razão temos para acumular, olha aquele que passa.
Cabeça para dentro da cabeça. É o bioma.
MOISÉS CKLEIN.