CABEÇA DENTRO DA CABEÇA. É O BIOMA

Cabeça dentro da cabeça. É bioma

Em cada cidadão verde,

têm uma cidade azul, têm uma rua perdida que não vou,

têm a verdade as avessas, têm uma criança com chupeta na boca pintada com a arte indígena.

Cabeça para dentro da cabeça, o quê é isto que acabo,

e não termino, é o bioma de cimento, na triste história do tempo,

uns apenas estão soltos, e os que estão soltos são apenas mais um.

Cabeça para dentro da cabeça, na sombra, na onda sem sombra do rio, no pouso vespertino da garça.

Faça a sua parte, que a arte não se cansa,

deixe sua impressão pelo digital dos seus dedos,

se seu medo segue seguindo, cabeça para dentro da cabeça. É o bioma...,

daquela mulher falastrona, da erva tropical, da comida de água e sal,

da fome que está presente, dos dentes dos que não tem dentes, dos que têm dentes,

do que precisamos, do desvencilhamento, do seu argumento, de que o povo precisa.

Então, em carne, líquido, coração e luz,

nada de mais nada, preciso de pouco, que serve para você,

faço doação e ainda sobra muito, as traças, as traças, as traças,

compro naftalina para conservar, gasto mais com naftalina, do que a simples humildade de doar,

que razão temos para acumular, olha aquele que passa.

Cabeça para dentro da cabeça. É o bioma.

MOISÉS CKLEIN.

Moisés Cklein
Enviado por Moisés Cklein em 07/06/2009
Código do texto: T1636691
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