Perpétuo
Perpétuo
Caminho por lugares vastos
Onde ouço apenas o arfar dos rochedos
Ali, onde a liberdade se fixa
Porque qualquer movimento é prisão.
As cadeias fortes das cordilheiras.
Algemam no seu ventre qualquer neblina.
Apenas a presença forte de qualquer sol,
Derrete e a liberta antes da condenação.
E do sêmen deste calor e liberdade
Rompe-se em nova aurora
Do fecundo e perpétuo grito
Um movimento, ainda que foragido.
Quietude da escravidão dos ventos.
Retorna aos mares a porção líquida e menor
Que se fez liberto de toda essa corrente:
A criatura, o criador e muita dor!
Jaak Bosmans 31-12-08