A Rebelião do Apóstolo

O movimento do verde no gramado,

Os olhos que o percebem

E a Mente de diretivas geladas

E isoladas que surge, de repente,

Deste Todo belo e ameaçador,

São Portais para a Poesia.

O Jamais, que poderia ser

A religião mais consoladora,

A tua semelhança com uma

Personagem de comic books...

O sonho em que estavas doente

E quando fomos brincar na

Piscina diáfana...

São Portais para a Poesia.

As expectativas para minha

Despedida, o silêncio, o bálsamo

E o veneno de duas ou três palavras

Em lua cheia. Cordas sem marionetes...

Um roteiro onírico em redor de mosteiros

De invencível ancianidade, agora próximos

Da morte. A teia de aranha

Dissolvendo no sorriso do sol,

São Portais para a Poesia.

A Beleza gritando seus segredos

E nenhum homem que possa

Ou queira ouvi-los.

E os poetas, vivendo num inferno,

De sonhos e desejos impermanentes

Mas tão reais quanto possam ser,

São Portais para a Poesia.

Tua voz e teus gestos, na

Plácida aquarela da Mente,

Que pela libido se tornam

Névoas e turbilhões e uma

Advertência de Insônia,

Os pequenos momentos a sós,

(não completamente sós),

São Portais para a Poesia.

Ah, como eu queria

Clarear estes Portais!

Não com força, não por

Medo, mas através

Da Rebelião

Do Espírito, que ri

Das dores do Amor...

Pois as transmuta em

Realidade.

Ah, a Rebeldia,

Que os deuses nos roubaram,

O caminho esquecido, a

Última onda da manhã suprema,

O falso enigma,

Vem agora me escoltar,

Abençoante,

Por estes campos livres

E azuis e cheios de mártires

Da Poesia inerente,

A conselheira útil,

Indubitável:

Ela tem o teu rosto,

O Belo que prenuncia

A Face única e original

Do cristal que irradia

A paz negra do carbono.

.....................................................para M.C.P.

Filicio Albara
Enviado por Filicio Albara em 03/06/2009
Reeditado em 03/06/2009
Código do texto: T1629778
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