A Rebelião do Apóstolo
O movimento do verde no gramado,
Os olhos que o percebem
E a Mente de diretivas geladas
E isoladas que surge, de repente,
Deste Todo belo e ameaçador,
São Portais para a Poesia.
O Jamais, que poderia ser
A religião mais consoladora,
A tua semelhança com uma
Personagem de comic books...
O sonho em que estavas doente
E quando fomos brincar na
Piscina diáfana...
São Portais para a Poesia.
As expectativas para minha
Despedida, o silêncio, o bálsamo
E o veneno de duas ou três palavras
Em lua cheia. Cordas sem marionetes...
Um roteiro onírico em redor de mosteiros
De invencível ancianidade, agora próximos
Da morte. A teia de aranha
Dissolvendo no sorriso do sol,
São Portais para a Poesia.
A Beleza gritando seus segredos
E nenhum homem que possa
Ou queira ouvi-los.
E os poetas, vivendo num inferno,
De sonhos e desejos impermanentes
Mas tão reais quanto possam ser,
São Portais para a Poesia.
Tua voz e teus gestos, na
Plácida aquarela da Mente,
Que pela libido se tornam
Névoas e turbilhões e uma
Advertência de Insônia,
Os pequenos momentos a sós,
(não completamente sós),
São Portais para a Poesia.
Ah, como eu queria
Clarear estes Portais!
Não com força, não por
Medo, mas através
Da Rebelião
Do Espírito, que ri
Das dores do Amor...
Pois as transmuta em
Realidade.
Ah, a Rebeldia,
Que os deuses nos roubaram,
O caminho esquecido, a
Última onda da manhã suprema,
O falso enigma,
Vem agora me escoltar,
Abençoante,
Por estes campos livres
E azuis e cheios de mártires
Da Poesia inerente,
A conselheira útil,
Indubitável:
Ela tem o teu rosto,
O Belo que prenuncia
A Face única e original
Do cristal que irradia
A paz negra do carbono.
.....................................................para M.C.P.