VIRTUOSISMO VIRTUAL
Como lembrar-me do que não vivi?
Se for apenas uma ilusão o que senti
E como posso sentir esta falta de ti?
Produto moderno da atual cibernética
Seria um novo mundo da internáutica
Se és alguém que inventei para mim
Navegando em ondas eletromagnéticas
Se és um ser fantasioso e idealizado
Resultado de minhas viagens e traslados
Como posso imaginar que já te amei?
Se for sentimento virtual a me inspirar
Como pude construir castelos no ar
Aonde vai parar todo ardor de te amar
Ou acreditar em algo que inventei?
Como sendo real o que tanto esperei
Ah! Já sei... Agora eu posso entender
É ditado no imaginário da cons-ciência
Sou poeta, sinto pulsar a tua essência
Natural porque nasce da esperança
Mesmo na distância ao me envolver
Sei que tudo isso me fará só crescer
Faço realidade tudo que eu imaginei
Não há nada demais viver o que inspirei
E aquilo que um dia eu pensei viver
Projetei que poderia vir a ser e querer
Eu posso escrever todo o meu diário
Como resultado dos passos pensados
Como o ideário de um mundo ideal
Assim é que se constrói o realizável
Encantar-me por uma pessoa irreal
É algo sublime embora inimaginável
Ao ensandecer de modo tão normal
É retirar da loucura algo fenomenal
Até posso viver muito intensamente
Como se fosse de fato algo presente
Sendo um ícone com indício virtual
A arte, a poesia se alimenta disso afinal
E se vier a me iludir definitivamente
É porque não soube trabalhar a mente
Isto na verdade... Não será muito legal!
Mas também pode ser um perigo genial
Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes