VIRTUOSISMO VIRTUAL

Como lembrar-me do que não vivi?

Se for apenas uma ilusão o que senti

E como posso sentir esta falta de ti?

Produto moderno da atual cibernética

Seria um novo mundo da internáutica

Se és alguém que inventei para mim

Navegando em ondas eletromagnéticas

Se és um ser fantasioso e idealizado

Resultado de minhas viagens e traslados

Como posso imaginar que já te amei?

Se for sentimento virtual a me inspirar

Como pude construir castelos no ar

Aonde vai parar todo ardor de te amar

Ou acreditar em algo que inventei?

Como sendo real o que tanto esperei

Ah! Já sei... Agora eu posso entender

É ditado no imaginário da cons-ciência

Sou poeta, sinto pulsar a tua essência

Natural porque nasce da esperança

Mesmo na distância ao me envolver

Sei que tudo isso me fará só crescer

Faço realidade tudo que eu imaginei

Não há nada demais viver o que inspirei

E aquilo que um dia eu pensei viver

Projetei que poderia vir a ser e querer

Eu posso escrever todo o meu diário

Como resultado dos passos pensados

Como o ideário de um mundo ideal

Assim é que se constrói o realizável

Encantar-me por uma pessoa irreal

É algo sublime embora inimaginável

Ao ensandecer de modo tão normal

É retirar da loucura algo fenomenal

Até posso viver muito intensamente

Como se fosse de fato algo presente

Sendo um ícone com indício virtual

A arte, a poesia se alimenta disso afinal

E se vier a me iludir definitivamente

É porque não soube trabalhar a mente

Isto na verdade... Não será muito legal!

Mas também pode ser um perigo genial

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 25/05/2009
Código do texto: T1613013