Apresentando: Uma dama de preto e a Agonia
A chuva castiga lá fora
Aqui dentro, sob o telhado
Só o meu rosto se molha...
Umedece, entristece
Avermelha-se com o tempo
Pigarreio, sinto que estou fraco
Algo me consome por dentro
Me corrói, me destrói
Um ácido me substitui o sangue
Minha pele resseca
Meus olhos perdem o destino
Ora vejo tudo, ora mais nada
Sento, sinto o vento
Um sopro me atinge de leve
Uma mulher de preto se aproxima
Meus pêlos põem-se de pé
Batem continência à dama de negro
Uma corrente cai de meus olhos
Não é ferro, mas também fere
Sinto um sopro final...
Flutuo, nado no nada
Agora vejo que não vivi
Passei por aqui, sumi daqui
Mas ninguém deu por mim
Foi vida? Como?
Se nem eu sei quem sou?