Separação

O amor engendra sua sina

Na ancestral separação

Da vida pela obra divina

Que foi partida na criação

Cada qual na sua melanina

Molda sua própria conspiração

Vem o tempo, mão vespertina

Reunir almas em comunhão

Mas eis que bate a tal rotina

Invocando uma outra divisão

E como a noite se descortina

Toda vida volta à conclusão

A ampulheta sua areia rumina

O ciclo termina na evaporação

Pois a escuridão se ilumina

Na obra prima da eterna cisão